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Varíola dos Macacos ou Monkeypox?

  • Publicado em 19/10/2022 - 14:08
  • Atualizado em 09/11/2022 - 13:25
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O que é Monkeypox?

O Monkeypox, também conhecido como Varíola dos Macacos, é uma doença viral do mesmo gênero do vírus causador da varíola humana, erradicada em 1980 graças a uma grande campanha de vacinação que ocorreu em todo o mundo e que consolidou as bases do Programa Nacional de Imunização que temos hoje no Brasil.

Macacos podem transmitir a doença para humanos?

O Monkeypox recebeu esse nome por ter sido identificado primeiro em um grupo de macacos usados em pesquisas.

Apesar do nome, os macacos não são reservatórios da doença e sim hospedeiros acidentais, como outros mamíferos. Na África, vários animais foram identificados como capazes de serem infectados, principalmente os roedores.

Em 2003, ocorreu o primeiro relato de caso de Monkeypox em seres humanos do continente africano. A rota de infecção foi identificada como oriunda de roedores importados da África para os Estados Unidos para serem usados com animais de estimação.

O surto que estamos observando em 2022, até o momento, parece estar limitado ao contato entre humanos.

Como ocorre a transmissão?

A transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato com as lesões de pele e fluidos corporais de pessoas infectadas ou com objetos contaminados.

Também foi evidenciado que mulheres grávidas podem transmitir a doença para seus bebês durante a gestação (Monkeypox congênita), representando um risco para a saúde do recém-nascido.

A transmissão de animais para humanos pode ocorrer através de mordida, arranhadura ou contato direto com fluidos corporais de animais infectados.

Quais são os sintomas?

  • Erupções na pele (feridas)
  • Inchaço dos gânglios linfáticos (pequenos nódulos existentes no corpo, cuja principal função é filtrar substâncias nocivas)
  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Dores musculares
  • Calafrios
  • Exaustão
  • Sintomas respiratórios (congestão nasal, tosse e dor de garganta)

Como é feito o diagnóstico?

Qualquer pessoa que suspeite estar infectada por Monkeypox deve procurar ajuda médica.

Como o Monkeypox apresenta sintomas parecidos com outras doenças como sarampo, infecções bacterianas na pele e sífilis, é fundamental a investigação clínica e laboratorial para confirmação dos casos.

O diagnóstico laboratorial da doença é feito pela técnica chamada PCR, similar à utilizada no diagnóstico de COVID-19, realizada a partir de amostras das lesões da pele, coletadas com auxílio de swab (cotonete). Também é possível utilizar o sequenciamento genético das amostras coletadas para finalidade diagnóstica.

Como é o tratamento? Posso ficar com alguma sequela?

O tratamento foca em controle dos sintomas. Atualmente não existe nenhuma conduta específica para uma infecção pelo vírus.

De maneira geral, a doença apresenta melhora dos sintomas de forma natural. Entretanto, um cuidado especial deve ser tomado com pacientes imunossuprimidos, grávidas e crianças.

Sequelas relacionadas à infecção por Monkeypox são raras, mas quando o vírus atinge órgãos mais sensíveis como cérebro e olhos, pode causar encefalite (inflamação do cérebro) e cegueira.

Como posso prevenir?

As principais medidas de prevenção são:

  • Evitar o contato próximo (beijo, abraço, contato sexual), com pessoas que tenham manifestações de pele suspeitas.
  • Evitar compartilhamento de objetos e materiais utilizados por pessoas com suspeitas da doença.

E a vacina?

A vacina contra a varíola humana pode proteger contra o Monkeypox. Atualmente existem poucos produtores da vacina, de modo que ela ainda não está amplamente disponível para toda a população. Ainda assim, países como Estados Unidos, Reino Unido e Espanha já começaram a implementar um esquema vacinal contra Monkeypox.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a importação e utilização da vacina Jynneos (também comercializada com o nome de Imvamune ou Imvanex), produzida pela empresa de biotecnologia dinamarquesa Bavarian Nordic.

Em 04/10/2022, o Brasil recebeu o primeiro de lote de vacinas contra a varíola dos macacos. Ao todo, o Ministério da Saúde comprou cerca de 50 mil doses via fundo rotatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Os próximos lotes estão previstos para serem entregues até o fim de 2022. A prioridade deve ser a imunização dos profissionais de saúde e pessoas que tiveram contato com pacientes infectados com a doença.

Apoio técnico:
Leandro Landeira, MSc - Biólogo Geneticista
CT (RM2-S) Shana Barroso, PhD – Bióloga Virologista
Instituto de Pesquisas Biomédicas
Hospital Naval Marcílio Dias

Referências:
WORLD HEALTH ORGANIZATION: WHO. Monkeypox. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/monkeypox.
CDC. Monkeypox. Disponível em: https://www.cdc.gov/poxvirus/monkeypox/index.html.
DASHRAATH, P. et al. Guidelines for pregnant individuals with monkeypox virus exposure. The Lancet, v. 400, n. 10345, p. 21–22, jul. 2022.
Saúde poderá adquirir medicamentos e vacinas de forma mais célere contra varíola dos macacos. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/agosto/saude-pode…. Acesso em: 20 set. 2022.
Vacina contra a varíola dos macacos deve chegar ao Brasil este mês. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2022-09/vacina-contra-va… Acesso em: 04out. 2022.

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