Apesar de toda a inovação tecnológica na área de saúde, ocorrida nos últimos anos, a tuberculose segue como um grave problema mundial. Segundo a Organização Mundial de Saúde, surgem cerca de 9 milhões de casos novos por ano em todo o mundo. Em contrapartida, no último ano, o Brasil saiu do 17º lugar para a 19ª posição no ranking de países com maior número de incidência da doença
Para entender as causas, os sintomas, o tratamento e as formas de prevenção da tuberculose, clique aqui. Já neste texto, apresentaremos a tuberculose extrapulmonar, que ocorre, principalmente, em crianças, pessoas que vivem com o HIV/AIDS e aquelas com comprometimento imunológico.
Cerca de 20% dos casos de tuberculose em crianças têm apresentação extrapulmonar, que podem simular, muitas vezes, outras doenças e possuir sinais e sintomas dependentes dos órgãos e/ou sistemas acometidos.
As formas mais frequentes são:
Tuberculose ganglionar periférica - afeta, principalmente, crianças e pacientes soropositivos. Dá-se com o aumento subagudo, indolor e assimétrico dos gânglios (ínguas) cervicais, anterior e posterior, e da supraclavicular.
Tuberculose óssea - mais comum em crianças e pessoas entre as 4ª e 5ª décadas. Acomete frequentemente a coluna vertebral e as articulações coxofemoral e do joelho. A tuberculose de coluna (mal de Pott) é responsável por cerca de 1% de todos os casos da doença e por até 50% de todos os casos de tuberculose óssea. O quadro clínico é a tríade dor lombar, dor à palpação e sudorese noturna, afetando a coluna torácica baixa e a lombar.
Tuberculose pleural - acomete, sobretudo, indivíduos soropositivos, principalmente jovens. Apresenta-se com dor torácica do tipo pleurítica. A tríade astenia (perda ou diminuição da força física), o emagrecimento e a anorexia ocorrem em 70% dos pacientes, além de febre com tosse seca em 60% dos casos.
Tuberculose pericárdica - tem apresentação clínica subaguda e, geralmente, não se associa à tuberculose pulmonar, embora possa ocorrer simultaneamente à tuberculose pleural. Os principais sintomas são dor torácica, tosse seca e dispneia. Além disso, há possibilidade de febre, emagrecimento, astenia, tontura, edema de membros inferiores, dor no hipocôndrio direito (congestão hepática) e aumento do volume abdominal (ascite).
Vale ressaltar que a principal maneira de prevenção é a vacina BCG em crianças, ofertada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e pelo Sistema de Saúde da Marinha (SSM).