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Não importa quem acende o cigarro, mas sim quem inala a fumaça

  • Publicado em 19/08/2020 - 00:03
  • Atualizado em 27/05/2025 - 18:10
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Atualmente, muito se fala sobre a necessidade de parar de fumar devido aos danos ocasionados por este vício. O que pouco se fala é a respeito do tabagismo passivo, que é a inalação da fumaça oriunda de derivados do tabaco por indivíduos não fumantes, mas que convivem com fumantes.

Segundo a OMS, a poluição ambiental proveniente deste vício é a maior fonte de poluição em ambientes fechados e o tabagismo passivo, a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, perdendo apenas para o tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool.

Durante o ato de fumar, somente uma parcela da fumaça é tragada pelo fumante e, aproximadamente, 2/3 da fumaça gerada pela queima é lançada no ambiente (cigarro, charuto, cigarrilhas e outros). Isso acaba afetando quem estiver em volta.

Fumante passivo é o não-fumante que convive com fumantes em ambientes fechados, ficando assim, exposto aos componentes tóxicos e cancerígenos presentes na fumaça ambiental do tabaco, que apresentam quase a mesma composição da fumaça tragada pelo fumante. São mais de 4000 compostos tóxicos e/ou cancerígenos presentes na fumaça.

Essas pessoas sofrem com efeitos imediatos, tais como irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, dor de cabeça, aumento de reações alérgicas, principalmente das vias respiratórias, aumento do número de infecções respiratórias em crianças e elevação da pressão arterial.

Estudos científicos têm demonstrado que os trabalhadores que exercem suas funções em bares, restaurantes e similares se expõem à uma quantidade de fumaça do tabaco que corresponde a terem fumado de 4-10 cigarros/dia.

Eles estão expostos a níveis mais elevados dessa fumaça, cerca de 300 a 600% vezes mais do que qualquer outro grupo de trabalhadores. Com isso, têm 25-30% mais possibilidade de desenvolver doenças cardíacas e 20-30% mais chances de ter câncer de pulmão (Surgeon General, 2004).

O tabagismo passivo é um problema bem mais grave do que se imagina. Infelizmente, quem está exposto aos malefícios causados pela fumaça de cigarro alheio incorre nos mesmos prejuízos que acometem a saúde dos fumantes.

Quanto maior o tempo de exposição aos elementos liberados pela queima do tabaco, maiores as possibilidades de desenvolver doenças relacionadas ao cigarro. O tabagismo passivo é uma das questões mais preocupantes da atualidade, pois não interessa quem acende o cigarro, mas sim quem está inalando a fumaça.


CF (Md) Alvanice
Otorrinolaringologista do CPMM




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