O que é lombalgia?
A lombalgia é a dor que ocorre na região lombar inferior e é chamada de lombociatalgia quando se propaga da região lombar para as nádegas ou para as pernas, no trajeto do nervo ciático. Pode ser aguda (duração menor que 3 semanas), subaguda ou crônica (duração maior que 3 meses). É um problema extremamente comum, sendo a segunda causa de consultas médicas gerais, só perdendo para o resfriado.
O que causa a lombalgia?
Há muitas causas diferentes para a dor lombar, relacionadas ao grande número de estruturas na coluna (ligamentos, tendões, músculos, ossos, articulações, disco intervertebral) e até mesmo doenças que não são do aparelho musculoesquelético e podem levar a lombalgia, como é o caso de cálculos renais ou cólica menstrual.
A maioria das dores lombares é causada pelo “mau uso” ou “uso excessivo” das estruturas da coluna que resultam em entorses, distensões ou desgastes e estão relacionadas ao excesso de peso, pequenos traumas, condicionamento físico inadequado, erro postural e a prática equivocada de exercícios físicos de alto impacto. Mais raramente, as dores lombares podem ser causadas por infecções, tumores e doenças inflamatórias, como espondilite anquilosante.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico das lombalgias é, via de regra, baseado na queixa do paciente. Exames de imagem, em geral, não são solicitados em lombalgias agudas. Solicita-se apenas nos casos em que são observados alguns sinais de alerta, como febre, perda de peso, alterações neurológicas, risco elevado de fraturas espontâneas, trauma ou dor que persiste intensa por mais de 4-6 semanas. Quando indicada a investigação, o raio x simples geralmente é o primeiro exame solicitado.
Como prevenir a lombalgia?
O tratamento da lombalgia será mais eficiente se for voltado ao paciente e não a sua lesão ou exame e, em geral, não há uma solução única e mágica, sendo mais eficiente quando ocorre por uma abordagem multiprofissional. O objetivo inicial deve ser o alívio da dor e o retorno da mobilidade, mas o restabelecimento da qualidade de vida do paciente sempre deve ser enfocado, por meio da avaliação de outras áreas que podem estar prejudicadas pela dor, como o sono e até mesmo a ocorrência de depressão ou ansiedade.
As boas notícias são que em mais da metade dos quadros agudos, há melhora espontânea e que apenas 1 a 2 % dos pacientes vão necessitar de algum tratamento cirúrgico ao longo da vida.
Sete mitos e verdades sobre a dor na coluna vertebral. Nem sempre é verdade o que se ouve dizer!
1 - Colchões mais duros são melhores para quem tem dor lombar. MITO: evidências científicas mostram que não é exatamente assim.
2 - A dor piora com a idade. MITO: estudos concluiram que a dor não piora necessariamente após os 60 anos.
3 - Ficar na cama é a providência ideal para reduzir a dor. MITO: o repouso só é indicado na fase aguda e, dentro do possível, deve se limitar no máximo a dois dias de duração.
4 - O sobrepeso contribui para causar dor nas costas. VERDADE: a perda de poucos quilos para quem está acima do peso já pode contribuir com grande melhora do quadro.
5 - A fisioterapia pode ajudar no tratamento da dor. VERDADE: especialmente a cinesioterapia, que utiliza exercícios passivos e ativos e técnicas de reeducação postural.
6 - Problemas emocionais podem piorar a dor. VERDADE: a dor de qualquer local é percebida no cérebro e as áreas que avaliam os estímulos dolorosos e controlam as emoções são muito próximas e interferem umas nas outras.
7 - Preciso de um exame elaborado para saber porque tenho dor na coluna. MITO: na maior parte das vezes é a conversa e o exame físico que levam ao diagnóstico e ajudam a descobrir as melhores alternativas de tratamento.
Capitão de Fragata (Md)
Reumatologista
Ajudante da Divisão de Gerência Técnica em Saúde do Departamento Técnico-Gerencial
Diretoria de Saúde da Marinha
Fonte: Sociedade Brasileira de Reumatologia
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