Elevar o nível de adestramento dos meios envolvidos realizando exercícios de Guerra de Minas e realizar testes em equipamentos não tripulados em desenvolvimento na Marinha do Brasil (MB). Este foi o propósito do Exercício MINEX-23, encerrado com sucesso no dia 27 de outubro, após dez meses de planejamento e uma semana de atividades operativas, que envolveram diversos meios navais e Sistemas Marítimos Não Tripulados, utilizados de forma inédita na MB.
A primeira fase de mar, chamada de “Imageamento”, foi iniciada no dia 20 de outubro, após a desatracação do Aviso Balizador “Aldebaran”, que demandou o interior da BTS e realizou o imageamento prévio da área de exercício, nas proximidades da Ilha de Itaparica, utilizando o sonar sidescan.
A segunda fase de mar, de “Minagem”, foi iniciada no dia 23 de outubro, após a desatracação da Corveta (Cv) “Caboclo”, que realizou o lançamento das minas SH-60E, sem explosivo, em área previamente demarcada para o exercício, e lançamento dos Mine Like Objects (MLO), que são objetos que simulam minas marítimas.
A terceira fase de mar, de “Emprego dos veículos não tripulados”, ocorreu entre os dias 24 e 26, com a realização de testes operacionais e lançamento do Veículo de Superfície Não Tripulado (VSNT-Lab), desenvolvido pelo Centro de Análises de Sistemas Navais (CASNAV), a partir do Navio-Patrulha Oceanográfico (NPaOc) “Apa”, e do VSNT SUPPRESSOR X, desenvolvido pela Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), em parceria com a empresa Tidewise.
A quarta e última fase de mar, de “Varredura e Desmobilização”, foi iniciada no dia 27, quando a Cv “Caboclo” e os Navios-Varredores (NV) “Atalaia” e “Araçatuba” realizaram Operação de Contramedidas de Minagem, por meio de varredura mecânica, e a desmobilização, reflutuação e recolhimento das minas pela Cv “Caboclo”, com a participação de uma equipe de mergulhadores da Base Naval de Aratu.
O Comandante do 2o Distrito Naval, Vice-Almirante Antonio Carlos Cambra, destacou que trata-se de um exercício complexo, que exige um planejamento detalhado e envolve diversos setores da Marinha. “Foram dez meses de planejamento que envolveram, direta ou indiretamente, diversos setores da Marinha: operativo, do material, de pessoal, de pesquisa e científico-tecnológico. Durante a MINEX, realizamos procedimentos operativos que virarão procedimentos doutrinários, fazendo com que os resultados possibilitem à Marinha evoluir ainda mais na guerra de minas e contramedidas de minagem, assim como na operação dos Sistemas Marítimos Não Tripulados (SMNT), que foram utilizados de forma inédita na América do Sul”.
Participaram da MINEX, a CV “Caboclo”, os NV “Atalaia” e Araçatuba”, o Aviso Balizador “Aldebaran”, o NPaOc “Apa”, atuando como “navio-mãe”, o Aviso de Patrulha “Dourado”, lanchas blindadas do Grupamento de Patrulha Naval do Leste e, também, lanchas da Capitania dos Portos da Bahia (CPBA), que atuaram no controle de área marítima e na escolta dos VSNT.
Além dos meios navais e sistemas não tripulados, a MINEX contou com a participação de representantes de diversas Organizações Militares da Marinha, sediadas em Salvador e no Rio de Janeiro, que atuaram como executores ou observadores do exercício, entre elas Comando de Operações Navais (ComOpNav), Diretoria-Geral do Material da Marinha (DGMM), Diretoria de Gestão de Programas da Marinha (DGePM), Comando do 2o Distrito Naval (Com2oDN), Diretoria de Sistemas da Marinha (DSAM), Centro de Desenvolvimento Doutrinário de Guerra Naval (CDDGN), Centro de Análises de Sistemas Navais (CASNAV), Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), Comando de Operações Marítimas e Proteção da Amazônia Azul (ComPAAz), Capitania dos Portos da Bahia, Comando do Grupamento de Patrulha Naval do Leste (ComGptPatNavL), Comando da Força de Minagem e Varredura (ComForMinVar) e Serviço de Sinalização Náutica do Leste (SSN-2).
Por: Capitão de Corveta (T) Felipe Paes Leme